quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Dez Anos sem Johnny Cash


Passam precisamente  hoje dez anos sobre o falecimento de um dos maiores nomes da música americana do século XX, Johnny Cash, o "Man in Black". Descobri Cash algo tardiamente, mas fiquei absolutamente fascinado com os álbuns da fase final da sua carreira, a série "American Recordings", produzida por Rick Rubin, em que Cash cria versões definitivas de temas de gente tão díspares como U2, Nick Cave, Depeche Mode, Sting, ou Nine Inch Nails.

Apesar das excelentes interpretações de Joaquin Phoenix e de Reese Witherspoon (que até lhe valeu um Óscar) o filme Walk the Line, talvez por ser muito centrado na relação dele com June Carter, não me parece que tenha captado bem toda a complexidade de Johnny Cash. Algo que Cash: I See a Darkness, a biografia em Banda Desenhada do Man in Black escrita por Reinhard Kleist em que a vida e as canções de Cash se fundem e confundem, conseguiu bastante melhor. Não por acaso, a primeira edição da segunda série do programa Planeta Calafrio, um programa radiofónico sobre BD que fiz na Rádio Universidade de Coimbra, com a Maria Santos, foi dedicada a Johnny Cash e à novela gráfica de Kleist. Além da capa do livro, deixo-vos com o autógrafo que Kleist me fez em Angoulême e com o belíssimo  videoclip de Mark Romanek para a versão que Johnny Cash fez do Hurt dos Nine Inch Nails. Uma versão tão poderosa que o próprio Trent Raznor reconheceu que a canção deixou de ser dele para pertencer a Johnny Cash.



2 comentários:

André Azevedo disse...

Caro João,
Obrigado por este texto!
Johnny Cash, The Man in Black, o primeiro a abraçar a bandeira americana mas também a apontar o dedo aos muitos podres da sociedade onde vivia. Foi o verdaderio rebelde, mas sempre com causas.
E a série de albuns que referes, os "American Recordings", são de arrepiar.

JML disse...

Caro André,

Arrepiar define bem o efeito de algumas versões do Cash. Está aqui este magnífico Hurt para o provar. E o livro do Kleist faz plenamente justiça à vida e obra do Cash. Espero vê-lo um dia editado em português...
Abraço,