quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Crítica - Batman: O Cavaleiro das Trevas Renasce


Já anda pelas salas de cinema nacionais o Cavaleiro das Trevas Renasce, último capítulo da trilogia que Christopher Nolan dedicou ao Batman. Aguardado com grande expectativa, o filme, embora perca na comparação com o magnífico The Dark Knight, é uma obra sólida, apesar de alguns desequilibrios e que encerra de forma muito satisfatória e bastante coerente, a história iniciada com Batman Begins. Ou seja, este filme deve ser visto como a sequência lógica dos dois capítulos anteriores da trilogia, ganhando o espectador em revê-los, antes de ir ao cinema ver este Dark Knight Rises.
Mais uma vez, embora sem adaptar directamente nenhuma Banda Desenhada, Nolan e David Goyer vão buscar inspiração a diferentes histórias, com destaque para Knightfall (a tal saga em que Bane quebra as costas ao Batman) e No Man's Land, adaptando-as à realidade do universo do Batman de Nolan. Um universo que se pretende realista (sobretudo comparado com as versões anteriores de Tim Burton e de Joel Schumacher) e que reflecte de forma evidente os traumas do 11 de Setembro, com o terrorismo a estar mais uma vez presente, desta vez representado por Bane, não faltando também alusões à crise financeira, com a bolsa de Gotham a fazer de Wall Street.
É nesse universo, mais próximo das notícias dos telejornais do que das páginas da BD que é introduzida a Catwoman (embora no filme ninguém a trate por esses nome), maravilhosamente interpretada por Anne Hathaway, que "rouba" literalmente todas as cenas em que entra, conseguindo fazer esquecer Michelle Pfeifer no filme de Tim Burton. E a nível dos actores, o elenco é praticamente sem falhas, com um Garry Oldman notável de contenção como Comissário Gordon, Tom Hardy bastante convincente como Bane (embora longe da perfomance alucinada e irrepetível de Heath Ledger como Joker no filme anterior) e Joseph Gordon-Levitt brilhante como John Blake, um jovem detective da polícia de Gotham, que se vai revelar como uma das personagens mais importantes do filme. Apenas Marion Cottilard desilude como Miranda Tate, mas a culpa é mais do papel pouco desenvolovido que lhe atribuíram, do que da excelente actriz francesa...
Com excelentes cenas de acção, com destaque para a brutalidade do combate entre Bane e Batman e para o Bat, o novo veículo de Batman, misto de avião e helicóptero, que proporciona imagens espectaculares, o filme tem uma dimensão épica, dada pelas cenas de multidão com centenas de figurantes, ou pelo atentado ao estádio de Gotham, mas que não faz esquecer a dimensão sombria pouco habitual numa superprodução destas. Com mais de duas horas e meia de duração, Dark Knight Rises vê-se mesmo assim sem cansar, alternando cenas espectaculares, com momentos mais calmos e explicativos, num equlíbrio nem sempre totalmente conseguido, que me leva a pensar se não teria sido melhor dividir este último filme em duas partes, como a Warner fez com os últimos Harry Potter e Twilight. Uma solução que permitiria desenvolver de forma mais satisfatória a história de Miranda Tate e incluir as cenas sobre a origem de Bane que ficaram na sala de montagem e que certamente iria agradar à Warner, que assim arrecadaria o dobro em receitas de bilheteira.
Sem entrar em grandes spoilers, o final do filme deixa perceber que o percurso de Bruce Wayne enquanto Batman termina aqui, mas Nolan deixa ainda assim uma porta aberta para a continuação da saga com outra personagem como Batman. Resta saber se a Warner seguirá esse caminho, ou se optará por relançar a saga outra vez do zero. Uma opção arriscada, pois não vai ser nada fácil superar o Batman de Cristopher Nolan.
Batman: O Cavaleiro das Trevas Renasce, de Christopher Nolan, com Christian Bale, Anne Hathaway, Tom Hardy, Warner, 2012, em exibição em Coimbra nos cinemas Zon Lusomundo Dolce Vita e Coimbra Fórum

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Sugestões de Verão relacionadas com BD


Este Verão, mesmo com a crise e sem subsídio de férias, nada melhor do que a Banda Desenhada para nos evadirmos deste quotidiano cinzento. E a esse nível não faltam propostas para estes tempos estivais, entre exposições, filmes e, naturalmente, livros.
Começando pelos livros, temos a colecção Heróis Marvel, com um volume novo a cada 5ª -feira nos quiosques e os últimos lançamentos da editora Asa, como o "Spirou" 50, o "Murena" 6 e 7, o 2º volume de "Asteroid Fighters", de Rui Lacas e a "Armadilha Maquiavélica", 2ª volume da série Philip e Francis, em que Veys e Barral parodiam o clássico "Blake & Mortimer" de E. P. Jacobs.
Passando para as exposições, é possível ver no Museu do Chiado a exposição "Subway Life", de António Jorge Gonçalves, que recolhe os desenhos feitos por António Jorge Gonçalves nos metros de várias cidades do mundo e que chega a Coimbra, integrada na programação do 4ª Festival das Artes. Mas absolutamente imperdível é "Corto Maltese: Viagem à Aventura", uma exposição de originais de Hugo Pratt, com 51 peças, entre aguarelas, guaches e pranchas originais, que estará em exibição em Évora, no Fórum Eugénio de Almeida, até 2 de Dezembro.

Para quem preferir o escurinho do cinema para fugir ao calor, também não faltam propostas relacionadas com BD. Seja o último Homem-Aranha, realizado por Marco Webb, aos dois filmes inspirados na série "Largo Winch", de Francq e Van Hamme, até um dos filmes mais aguardados do ano, o Cavaleiro das Trevas Renasce", capítulo final da trilogia Que Christopher Nolan dedicou ao Batman e que chega às salas de cinema nacionais a 2 de Agosto e que terá o devido (e natural) destaque neste blog, lá mais para o final da semana.
Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 28/07/20112