quarta-feira, 21 de setembro de 2011

1ªs Conferências de Banda Desenhada em Portugal


É já amanhã, no Instituto Franco-Português, na Avenida Luís Bivar, em Lisboa. Eu vou andar por lá. Se quiserem, apareçam!
Aqui fica o programa:

Programa das 1as Conferências de Banda Desenhada em Portugal

Dia 22 de Setembro, Quinta-Feira
9h30
Apresentação das Conferências e Convidados
Discursos dos convidados internacionais
David Kunzle, “Rodolphe Töpffer, Diletante” (em língua inglesa)
Thierry Groensteen, “Patchwork de estilos: o fim do dogma da homogeneidade gráfica” (em língua francesa)

11h30
Intervalo

11h50
1ª Parte das apresentações: O Artefacto Literário
Maria Cristina Álvares, “A figura do herói na bd franco-belga clássica”
Daniel Seabra Lopes, “Na margem da aventura: Pratt”
Alexandra Dias, “O Diário de K. e a Intertextualidade”

13h15
Pausa para almoço

15h00
2ª Parte das apresentações: Disciplina e Indisciplina
Cláudia Pinto, “Marvels e Kingdom Come: A Re-Mitificação da América”
José Marmeleira, “Vãs epifanias: rock e banda desenhada”

16h00
Intervalo

16h10
Mesa-redonda: Grupo de Investigação de Banda Desenhada


Dia 23 de Setembro, Sexta-Feira
10h30
3ª Parte das apresentações: Lógicas de Território
Sara Figueiredo Costa, “Castelao e o galeguismo”
Nuno Marques, “In The Shadow of No Towers e M-11 La Novela Grafica como momentos de silêncio entre o ruído da tragédia”
João Miguel Lameiras, “Era uma vez na Argentina: entre o esquecimento e a memória”

11h50
Intervalo

12h00
4ª Parte das apresentações: Ciência e Banda Desenhada
João Ramalho Santos, “Ciência e Banda Desenhada”
João Mascarenhas, “Tintin, a aventura na Lua, o conhecimento científico e a bd”

13h15
Pausa para almoço

15h00
5ª Parte das apresentações: Autores Portugueses
João Caetano, “Lugares de Fronteira: Carlos Alberto Santos”
Conceição Pereira, “Arte fragmentada (José Carlos Fernandes)”
Álvaro Matos, “Política e bd na I República”

16h20
Intervalo

16h30
6ª Parte das apresentações: Limites e Experimentação
Pedro Moura, “Elementos estéticos em The Cage, de Martin Vaughn-James”
Diniz Conefrey, “Percepção narrativa no advento da bd abstracta”
Domingos Isabelinho, “A banda desenhada portuguesa no campo alargado: do O Escritor a A História Dramática de um Ovo”

17h40
Encerramento das Conferências
Extra: projecção de curta de animação (a confirmar)

domingo, 18 de setembro de 2011

O Regresso de Wolverine

Depois de ter sido a editora oficial da Marvel em Portugal em finais dos anos 90 e início da década de 200, a Devir volta finalmente a pegar no catálogo da "Casa das Ideias", com este, "Wolverine: Inimigo do Estado", primeiro volume (de 2) de uma movimentada e hiper-violenta história escrita por Mark Millar e ilustrada por John Romita Jr., em que um Wolverine mentalmente alterado enfrenta sozinho os maiores heróis da Marvel, do Quarteto Fantástico ao Demolidor, passando por Elektra e pelos X-Men.
Publicada originalmente em 2004, nos nºs 20 a 25 da revista “Wolverine”, “Inimigo do Estado” foi a primeira experiência de Millar com o popular mutante da Marvel, experiência que voltaria a repetir em 2009, ainda com mais sucesso, com a história “Old Man Logan”, desenhada por Steve McNiven. Argumentista de origem escocesa, Millar foi mais um dos vários escritores britânicos que, na senda de Alan Moore, Neil Gaiman e Grant Morrison, se estrearam no mundo dos comics através da Vertigo, a linha mais adulta da editora DC Comics. Uma estreia que, no caso de Millar, aconteceu em 1994, ao lado de Grant Morrison, na série “Swamp Thing”, no que foi o primeiro passo de uma carreira na indústria dos comics, feita de sucessos como “The Autorithy”, Superman: Red Son”, “Civil War” e “Wanted” e “Kick-Ass”, dois projectos independentes, de que já falei neste espaço, aquando da estreia em Portugal das respectivas adaptações cinematográficas.
Em “Wolverine: Inimigo do Estado” e na sua continuação, “Wolverine: agente da SHIELD”, que a Devir promete publicar até ao Natal, Millar mistura elementos de espionagem, como a SHIELD e a organização criminosa Hydra, com a mitologia oriental criada por Frank Miller, para a série “Daredevil”, da ninja Elektra (que tem um papel decisivo nesta história) à Mão, a seita criminosa que treinou Elektra e a transformou numa assassina letal, numa história que se lê de um fôlego e prende o leitor até à última página. Como refere o irlandês Garth Ennis (outro britânico que se estreou nos comics americanos, via Vertigo) no prefácio, Mark Millar: “corre pelo universo Marvel como um maníaco com uma espada samurai e uma misturadora, cortando um pouco daqui, misturando outro dali, transformando, criando algo novo e incrível”. E, passe algum exagero de Ennis, é o que acontece neste caso, em que Millar mistura todos estes ingredientes, com mestria, contando com o talento gráfico e narrativo de John Romita Jr, que se mostra tão à vontade nas complexas cenas de combate, como nas (poucas) cenas mais intimistas.Venha depressa a continuação!
Quanto à edição da Devir, bem impressa e competentemente traduzida, apenas fica a dúvida em relação à imagem da capa, da autoria de Joe Quesada, que não corresponde ao desenho do interior, quando havia várias capas bem conseguidas de Romita Jr. que podiam ter sido usadas com maior propriedade…
(“Wolverine: Inimigo do Estado”, volume 1 de Mark Millar e John Romita Jr., Devir Livraria, 144 pags, 15,00 €)
Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 17/09/2011

domingo, 11 de setembro de 2011

Corto Maltese em África

É certo que podemos ter dificuldades em perceber a ordem pela qual a Asa está a publicar as aventuras de Corto Maltese, mas também não podemos deixar de reconhecer que o está a fazer a um bom ritmo, tendo publicado cinco volumes em pouco mais de um ano.
O mais recente desses volumes, “As Etiópicas”, afigurou-se como o pretexto ideal para voltar a falar da mais popular criação de Hugo Pratt, pois neste título, o criador de Corto Maltese apresenta-se em plena maturidade estética e literária, ao contrário de “Sob o Signo de Capricórnio”, em que Corto Maltese dava ainda os primeiros passos, ou de “Mu” em que os sinais de decadência, sobretudo gráfica, de Pratt são evidentes.
Com o marinheiro maltês a trocar os mares do Sul pelas areias do deserto, “As Etiópicas” relata a passagem de Corto pelo continente africano, durante o ano de 1918, num percurso que o leva do Iémen à Tanzânia, Passando pela Somália e pela Etiópia. Neste livro, Pratt mistura, tal como refere Marco Steiner no interessante prefácio, “cultura, natureza e aventura”, um trio de ingredientes temperados por um toque de fantástico, com que Pratt faz uma excelente receita. Das Suratas do Corão aos poemas de Rimbaud, passando por uma natureza desértica que funciona quase como uma personagem, aos tiroteios e violentos combates corpo-a-corpo, em que Corto mostra não ter medo de sujar as mãos, os três ingredientes estão lá, tal como estão as personagens carismáticas, como o feiticeiro abissínio Shamael, que volta a aparecer no livro “à l’Ouest de l’Edén” e, sobretudo, Cush, o guerreiro Danakil, cuja “química” com Corto é bem evidente.
Nestas quatro histórias, repletas de personagens inesquecíveis, encontramos vários momentos que mostram todo o talento narrativo de Pratt e a forma como joga com as convenções da Banda Desenhada, subvertendo-as. Veja-se como o poema de Rimbaud que fala de água dialoga de forma inesperada com as imagens áridas do deserto, na sequência inicial de “O Golpe de Misericórdia”, ou o efeito de zoom invertido que abre “Os Homens-Leopardo do Rufiji”, história que tem também uma belíssima sequência onírica, em que o fundo negro é usado com grande eficácia.
Mas estes são apenas pormenores, que não alteram o essencial, que é a grande qualidade deste punhado de histórias, bem desenhadas e melhor contadas, da passagem de Corto Maltese por África, num percurso que se cruza com o do próprio Hugo Pratt, que passou parte da sua juventude na Etiópia.
(“Corto Maltese: As Etiópicas”, de Hugo Pratt, Edições Asa, 112 pags, 24,50 €)
Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 10/09/2011

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Relançamento do Universo DC

Este mês de Setembro, a maioria das revistas do Universo DC (mais exactamente 52) recomeçam a partir do nº 1, em muitos casos, com novas versões dos personagens clássicos e novas equipas criativas, com destaque para Jim Lee e Geof Johns na Justice League e Grant Morrison como argumentista da revista Action Comics. Além disso, alguns personagens da Vertigo, como o Swamp Thing e Animal Man são incorporados no Universo DC.
À partida, esta poderá ser uma boa maneira de conquistar novos leitores, que têm uma óptima oportunidade de acompanhar as séries desde o início, sem estarem presos a uma continuidade complexa e por vezes contraditória. Confesso que ainda não vi nenhuma das novas revistas, nem é coisa que me tire o sono, mas se quiserem poderão facilmente saber mais, acompanhando a cobertura que o Bongop tem dado à coisa no seu blog, Leituras de BD.
Por enquanto, o esforço que a DC tem feito na divulgação das novas séries, com grande cobertura mediática e traillers para divulgar os títulos menos conhecidos, parece estar a resultar, com várias das revistas a esgotarem no primeiro dia em que são postas à venda.
Mas confesso que o que me levou a falar disto aqui, foi este divertido vídeo não oficial:

domingo, 4 de setembro de 2011

Tex na Patagónia

Mais uma vez, a série “Tex”, verdadeiro fenómeno de popularidade em Itália, volta a ser objecto de referência nesta coluna, por via de um novo “Texone”, edições anuais em formato maior e com uma produção mais cuidada, que a Mythos Editora fez chegar aos quiosques portugueses na passada semana.
No caso deste “Tex Gigante” nº 23, escrito por Mauro Boselli e ilustrado pelo italiano Pasquale Frisenda, Tex e o seu filho Kit viajam até à Patagónia, nos confins da Argentina, para mediar um conflito entre o exército argentino e as tribos locais, naquela que é, de muito longe, a melhor história de Tex que já li.
Larga e justamente premiado em Itália, este “Patagónia” alia o exotismo de um cenário pouco habitual para um Western, como as Pampas argentinas, a um argumento muito bem construído por Mauro Boselli, o criador da série “Dampyr”, também já referida nesta coluna.
Uma história movimentada e cheia de acção, que aborda com realismo o genocídio das tribos índias, protagonizada por personagens caracterizadas com profundidade (a esse nível, a excepção acaba por ser o próprio Tex…), com destaque para o Coronel Ricardo Mendoza, um militar dividido entre a honra e o dever, cuja personalidade vai evoluindo ao longo da história.
Outro ponto muito forte deste “Patagónia” é o excelente trabalho de sombras de Frisenda, desenhador habitual da série “Mágico Vento”, que se revela aqui um verdadeiro mestre do preto e branco. Sem ser um virtuoso do desenho, Frisenda é um bom desenhador em geral e mesmo muito bom em termos narrativos e de planificação: veja-se a cena inicial do ataque dos índios Tehuelches a Três Arroyos, ou o sangrento combate final no desfiladeiro.
Para quem nunca leu uma história de Tex, este “Patagónia” pode ser um óptimo ponto de partida, pela grande qualidade da história e eficácia dos desenhos (ao contrário do que é habitual nestes “Texones”, onde o ênfase maior é geralmente para o trabalho superlativo do desenhador convidado, ao serviço de um argumento que muitas vezes é apenas funcional).
Além disso, estas edições gigantes têm uma óptima relação qualidade/preço, com uma história de 242 páginas em grande formato, por apenas nove euros, a justificar bem o trabalho de procurar este “Tex: Patagónia” no meio das revistas e das colecções de livros e DVDs que invadem os quiosques nacionais, deixando um espaço cada vez mais reduzido para a Banda Desenhada.
(“Tex Gigante nº 23: Patagónia”, de Mauro Boselli e Pasquale Frisenda, Mythos Editora, 242 pags, 9,00 €)
Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 3/09/2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Sambre VI

Oito anos depois de Maudit Soit le Fruit de vos Entrailles, Yslaire regressa finalmente à série Sambre como desenhador, com La Mer vue du Purgatoire, sexto álbum da série principal e segundo volume do ciclo dedicado à terceira geração da família Sambre, em que, morto Bernard Sambre na Comuna de Paris, seguimos o destino de Julie e de Bernard-Marie, o filho de ambos.
Obra maior de Yslaire, um dos mais elegantes desenhadores de expressão francesa, este drama hiper-romântico foi um notável sucesso em França, deixando um grande número de leitores completamente suspenso, durante anos a fio, dos amores contrariados de Bernard e Julie, dois amantes separados pela condição social, por ódios familiares e por uma série de trágicos incidentes. Uma história complexa, pensada em conjunto com Balac (nome que esconde o prolífico argumentista Yann, autor, por exemplo de Pin Up), mas que o próprio Yslaire se encarregou de contar sózinho a partir do 2º volume da série.
Nascido em Bruxelas em 1957, Bernard Hislaire estreou-se na BD no fanzine “Robidule”, enquanto frequentava a Escola de Saint-Luc em Bruxelas, por onde passaram outros grandes nomes da BD, como Schuiten, Berthet e Andreas. A sua afirmação como profissional de BD faz-se na revista Spirou, em 1978, com a série Bidouille e Violette, uma comédia romântica de que sairam 4 álbuns. Artista inquieto e irrequieto, Hislaire sentia-se, segundo as suas próprias palavras: “cansado da ditadura da linha clara que não permite qualquer tipo de sombra, nem em termos gráficos nem a nível do argumento. Cansado daquelas personagens cuja psicologia é de tal modo limpida, que são inexistentes. Eu precisava de contrastes da luz e da sombra, do dito e do não-dito. Há em todo o ser humano uma parte de mistério, de sombra e de morte, que não percebo porque é que a BD não tem em conta”.
A série Sambre, iniciada em 1985 traduz essa vontade de mudança, visível até na alteração da assinatura do autor, que passa a assinar Yslaire. Como ele próprio refere “queria contar uma história de amor, mas num registo diferente de “Bidouille e Violette”. Uma história sem humor, sem duplos sentidos e que seria tão romântica como trágica. Eu e Balac decidimos situar a acção no século XIX, porque é a grande época do romantismo e porque a juventude da época estava animada por grandes paixões; havia um forte empenhamento pela liberdade, as pessoas estavam dispostas a morrer nas barricadas pelos seus ideais”. E tirando o ambiente mais campestre da casa dos Sambre (inspirada na casa da família de uma antiga namorada de Yslaire) em que decorre o 1º volume, o resto da série vai ter precisamente como principal cenário o ambiente de revolução da Comuna de Paris, que pôs a capital de França a ferro e fogo em 1848.
Sambre é um grande fresco, épico, feito de dramas familiares, ódios ancestrais, amores loucos, passado numa época conturbada. Uma história maior do que a vida, de um romantismo desmesurado, em que o amor e a morte estão sempre presentes, como na cena fulcral do 1º álbum em que Bernard e Julie fazem amor no jazigo da família Sambre, sobre o túmulo de pai de Bernard. Uma saga que a paleta de Yslaire, limitada aqui aos vermelhos, cinzas e negros, trata como ninguém, acentuando precisamente esses jogos de sombras que faltavam à “linha clara”. E o trabalho de Yslaire é absolutamente deslumbrante em termos visuais, com o autor a libertar-se facilmente das características caricaturais ainda detectáveis no seu traço e a revelar um notável sentido cenográfico e de planificação, que irá melhorar de álbum para álbum.
Depois de ter desenhado os 4 primeiros volumes, Yslaire abandonou temporariamente Sambre para se dedicar às Memoires du XXeéme Ciel, uma revisitação da História do século XIX através dos e-mails trocados entre um anjo e uma psicanalista, mas acabou de voltar á série, com um quinto volume, publicado em 2003, que inicia um novo ciclo, passado dez anos depois, centrado em Julie e no seu filho, Bernard-Marie.
Se os 4 primeiros álbuns da série saíram em português, pela Witloof, o 5º álbum nunca teve edição nacional e muitos leitores portugueses pensaram que a série terminava com a morte de Bernard. Uma dúvida que assaltaria os leitores franceses após a publicação do 5º álbum, pois Yslaire trocou a série Sambre por outros projectos, como a reedição (com grandes alterações) de XXéme Ciel, o díptico Le Ciel au-dessus de Bruxelles e o projecto Le Ciel au-dessus du Louvre, um álbum encomendado pelo Museu do Louvre, em que Yslaire colabora com Jean-Claude Carriére, argumentista dos últimos filmes de Luis Buñuel, como Belle de Jour
O regresso a Sambre dá-se, não com a série principal, mas com La Guerre des Sambre, uma série paralela, constituída por vários ciclos de 3 álbuns, escrita e planificada por Yslaire, mas ilustrada por outros desenhadores, que desenvolve diferentes ramos da árvore genealógica da família Sambre. O primeiro ciclo, dedicado à paixão de Hugo Sambre, o pai de Bernard, por Iris, uma cantora de olhos vermelhos, magnificamente ilustrado por Bastide e Mèzil, dois jovens autores saídos da escola de Saint-Luc, foi publicado entre 2007 e 2009, tendo já saído o primeiro volume de um novo ciclo, Werner & Charlotte, ilustrado por Marc-Antoine Boidin, que ainda não tive ocasião de ler.
Mas o que interessa agora é o 6º volume da série principal, em que Julie dividida entre a memória de Bernard, que a persegue, e a vontade de viver, vê naufragar o barco que a levava desterrada para a Guiana, sendo salva por um faroleiro, que tambem ele tenta esquecer um amor infeliz.
Se em termos de história, tudo se mantém dentro do habitual, numa história trágica, carregada de simbolismo e de citações (e por falar nisso, dou um doce a quem identificar o quadro que Yslaire homenageia nesta imagem aqui ao lado), em termos gráficos, são claras as melhorias em relação ao tomo 5, em que o traço de Yslaire parecia apressado e longe do extraordinário virtuosismo que se lhe reconhece. Aliás, este é bem capaz de ser o álbum mais bem desenhado da série, com imagens belíssimas e páginas magníficas, em que Yslaire, que agora desenha directamente no computador, está ao seu melhor nível. E para apreciar devidamente a sua técnica de desenho, nada melhor do que este vídeo, em que Yslaire desenha ao vivo.

Sambre VI: La Mer vue du Purgatoire, de Yslaire, Glenat, 64 pags, 16,20 € na Livraria Dr. Kartoon