segunda-feira, 7 de março de 2011

Asa e Público lançam os Incontornáveis da BD

As edições Asa prosseguem a sua colaboração com o jornal Público, lançando uma nova colecção de Banda Desenhada, “Os Incontornáveis da BD”, cujo primeiro volume chegou às bancas, esta quarta-feira, dia 2 de Maio. Depois de uma última colecção centrada numa única série, de um só autor - o genial “Gaston Lagaffe”, de Franquin – voltamos às antologias colectivas, na linha de edições como “Grandes Autores de BD”, ou Clássicos da revista Tintin”.
No caso desta nova colecção, composta por 12 álbuns duplos, nem todos os títulos escolhidos merecerão o epíteto de “incontornáveis”, mas há vários volumes a não perder, começando já na próxima semana, com “O Gato do Rabino”, de Sfar.
“Gato do Rabino” que, com “IRS”, de Desberg e Vrancken, “O Buda Azul”, de Cosey e, parcialmente, “Max Fridman” (o episódio publicado nesta colecção, embora inédito em álbum, já tinha saído no “Jornal da BD”), de Giardino e “XIII Mystery”, representam séries que se estreiam em Portugal nesta colecção, sendo a maioria dos títulos constituídos por episódios inéditos de séries de que já foram publicados em Portugal alguns volumes, seja pela Asa, seja pelas extintas Meribérica e Booktree.
Ou seja, sendo uma grande misturada - de géneros, de autores, de estilos - esta colecção tem ainda assim, o grande mérito de permitir aos leitores portugueses continuar algumas colecções de séries de interesse, que tinham ficado paradas, algumas há mais de 2 décadas, como é o caso de “O Vagabundo dos Limbos”, de Godard e Ribera. E aí, há coisas bastante recomendáveis, como “Murena”, de Dufaux e Delaby, “Em Busca do Pássaro do Tempo”, “O Assassino”, de Jacamon e Matz, “Largo Winch”, de Francq e Van Hamme (que já tinha sido publicada pela Bertrand e Gradiva, sem grande continuidade) e “Adèle Blanc-Sec”, de Tardi, cujo 3º álbum surge nesta colecção acompanhado por “O Demónio dos Gelos”, uma história solta de Tardi, com uma ligação bastante mais ténue com a série “Adéle Blanc-Sec” do que, por exemplo, “Adieu Brindavione”, esse sim, uma escolha bastante mais lógica, tanto mais que Brindavoine é personagem recorrente das aventuras de Adèle, a partir do 5º álbum da série.
O 1º álbum da colecção, dedicado à série “Valerian e Laureline”, também é paradigmático das peculiaridades da edição em Portugal, pois recolhe os volumes 19 e 21 da série, que assim fica completa em Portugal. Se há que louvar a Asa por corrigir um erro antigo, quando lançou 0 20º volume, “A Ordem das Pedras”, sem que o volume anterior tivesse sido alguma vez publicado em Portugal, a verdade é que, quem comprar este 1º álbum, terá que forçosamente comprar a “Ordem das Pedras”, de modo a perceber os capítulos finais da saga cósmica de Christin e Mèzieres…
Um pouco o que acontece com o volume dedicado á série “XIII Mystery”, que dá destaque a personagens secundários da série “XIII”, remetendo para álbuns da série principal, que nunca saíram em Portugal. Ou seja, apesar de uma selecção discutível (no geral como no particular), há que estar atento a esta nova colecção de Banda Desenhada que durante 12 semanas vai invadir as tabacarias e quiosques.
(“Os Incontornáveis de Banda Desenhada 1: Valerian e Laureline”, de Christin e Mézières Edições Asa/Público, 72 pags, 7,40 €. Todas as semanas em distribuição conjunta com o jornal "Público", entre 2 de Março e 18 de Maio de 2011)
Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 5/03/2011

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